18/07/2011

Ruídos do Piranga

Interrompemos a nossa programação com a história de maior Ibope do blog para comentar sobre o show do Once a weeK de sábado. 

O Ruídos do Piranga foi o palco da vez. Com esse nome arrojado e que dá um tapa na cara da burguesia pontenovense, o evento permitiu a entrada de menores de 10 anos, a socialização e os beijos roubados de adolescentes, a presença demonstrando a camaradagem de todos os amigo da banda e, principalmente, o reencontro de L. F. S. com o mundo mágico do heavy metal. Também tinha uma barraquinha com cd's independentes, camisas independentes e a independente Revista Quase #12. Antes que me esqueça, a discotecagem também era de artistas independentes.

O som não tava muito bom mas parece que o pessoal gostou, com direito a participação do público em umas duas músicas, mesmo estando o vocal inaudível. Vale também lembrar que o novo e virtuoso guitarrista-solo, Flávio DeBritto, foi apresentado para Ponte Nova, quiçá planeta Terra, e para quem mais quiser saber! Agora assumo o posto de quinto nome da banda, mas posso errar sem ser percebido.


DeBritto e suas veias que são cordas de guitarra


Mudando de assunto, porque será que ninguém lê a história de Jo El Carlos? Será que o trocadilho não funcionou? Será que enchi o saco com propaganda e o texto não correspondeu? Ou foi só a parte de encher o saco mesmo? Será que é porque tem que ler muito? Ou será que ninguém gosta dessas histórias de estudantes? Será que é porque são 25 partes? Ou será que essa crônica do meu tio é uma merda mesmo? Fica aí a dúvida que vai lhes artomentar antes de durmir, caros 3 leitores.
     

03/07/2011

Blá blá blá




Durmo e acordo num mundo cheio de Caios Fernando de Abreu. De repente, todos os conflitos, romances, vícios em crack, indecisões, abortos, e outros sentimentos normais são expressados pelo trio mágico: Caio Fernando de Abreu, ou C.F.A. para todos os íntimos, Clarice Lispector, a musa do clichê, e Fernando Pessoa. Este último bem que tentou usar a tática de vários heterônimos para ver se escapava dessa, mas não teve jeito e até ganhou citações que não escreveu nessa maravilhosa rede mundial de computadores.

Incrível também é a capacidade que as pessoas têm em expressar e compartilhar os seus sentimentos através de Raul Seixas. O amigo bêbado do Paulo Coelho (se o Daniel Furlan me permite a definição) foi capaz de criar hinos que marcam gerações e conversam com a liberdade, o amor, o cecê, a procrastinação e a influência da literatura iluminista nos tempos modernos. “Mosca na Sopa”, “Carimbador Maluco” e “Gitã” são unânimes.


 


Renato Russo corre por fora. Dentro de cada um de nós existe um Santo Cristo. Basta alguém começar a música com um violão que todas as pessoas no ambiente cantam com as sobrancelhas franzidas. Todas elas se identificam com o drama de inadequação social, bandidagem e Winchester 22 e gostam da música de verdade – não venha com essa de que é apenas o tabu de decorar a letra de uma música com mais de 5 minutos.

Balão Mágico é a cereja deste bolo de mensagens sublimes. Adorada por marombados grupos de carnaval, “Super Fantástico” faz com que cada pessoa da minha geração ou mais nova voltasse à infância que não viveu, e aí cabe a elegantíssima Clarice Lispector: “É estranho sentir saudade de algo o qual mal vivi ou evitava viver."