03/07/2011

Blá blá blá




Durmo e acordo num mundo cheio de Caios Fernando de Abreu. De repente, todos os conflitos, romances, vícios em crack, indecisões, abortos, e outros sentimentos normais são expressados pelo trio mágico: Caio Fernando de Abreu, ou C.F.A. para todos os íntimos, Clarice Lispector, a musa do clichê, e Fernando Pessoa. Este último bem que tentou usar a tática de vários heterônimos para ver se escapava dessa, mas não teve jeito e até ganhou citações que não escreveu nessa maravilhosa rede mundial de computadores.

Incrível também é a capacidade que as pessoas têm em expressar e compartilhar os seus sentimentos através de Raul Seixas. O amigo bêbado do Paulo Coelho (se o Daniel Furlan me permite a definição) foi capaz de criar hinos que marcam gerações e conversam com a liberdade, o amor, o cecê, a procrastinação e a influência da literatura iluminista nos tempos modernos. “Mosca na Sopa”, “Carimbador Maluco” e “Gitã” são unânimes.


 


Renato Russo corre por fora. Dentro de cada um de nós existe um Santo Cristo. Basta alguém começar a música com um violão que todas as pessoas no ambiente cantam com as sobrancelhas franzidas. Todas elas se identificam com o drama de inadequação social, bandidagem e Winchester 22 e gostam da música de verdade – não venha com essa de que é apenas o tabu de decorar a letra de uma música com mais de 5 minutos.

Balão Mágico é a cereja deste bolo de mensagens sublimes. Adorada por marombados grupos de carnaval, “Super Fantástico” faz com que cada pessoa da minha geração ou mais nova voltasse à infância que não viveu, e aí cabe a elegantíssima Clarice Lispector: “É estranho sentir saudade de algo o qual mal vivi ou evitava viver."
      

Um comentário:

Valorize meu blog no promissor mercado de domínio de blogs.