27/06/2011

Jo El Carlos - 1/25

Como a falta de conteúdo digno está evidente, resolvi apresentar para vocês a história de "Jo El Carlos". Ela é de autoria do pintor, escritor, músico, artista multifacetado, meu complexado tio, futuro pai e dono do penteado mais bonito da cidade, Tininho. Ele me passou esse texto no ano passado e achei bacana. A ambientação da história é legal e tem se mostrado um lugar-comum nos Mendes. Segue o primeiro capítulo:

Atualização: Estou apagando os outros capítulos da história do Jo El Carlos, que floodou um pouco. Se você por acaso, num momento de insanidade, desolação e solidão, ler a história, entre em contato comigo que eu envio.


Cap. 1

Largou a sua família, o México e sua banda. Desceu a América atrás de outra vida.

Achou o Brasil. Sorriu para os trombadinhas no Rio de Janeiro e foi assaltado por eles, mas ainda sobrou dinheiro suficiente para Carlos chegar a Cristal Vânia, cidade das Minas Gerais.

Ele queria estudar, por isso estava nesta cidade, onde havia uma grande universidade. Fez cursinho pré-vestibular. No teste psicológico deu Comunicação Social. Não acreditou no teste e enfrentou o vestibular. Passou para Química. Levou trote, comemorou, encheu a cara de cerveja junto com os amigos gringos e brasileiros até  desmaiar. Era o bode após o podium.
  
Carlos queria alojamento na universidade, mas não conseguiu. Teve que continuar em sua república, apesar da grana estar ruim. Solicitou à universidade bolsa de alimentação. Não conseguiu. Ele comia no refeitório da universidade, mas estava enjoado do mesmo cardápio e então resolveu comer na pensão da Dona Fifi. A comida era boa, apenas havia excesso de tempero e de insetos no prato, às vezes até um lagartixa vinha de graça. Mas Carlos perdeu a graça um dia e apelou, aloprou, jogou o prato na parede e sumiu. A baiana Fifi nunca mais quis vê-lo em seu restaurante, colocou até segurança na porta do local.
    
Conseguiu um emprego na biblioteca da universidade e em troca recebia bolsa de alimentação. Carlos era um cara muito desligado; como um bom calouro, entregava os livros errados para os estudantes. Pouco tempo depois foi mandado embora.
   
A saudade bateu e ele escrevia uma carta por dia para os seus pais. Fumava estrume junto com o Laricão no Recanto, para esquecer os micos que pagou.
  
O Laricão era uma pessoa que às vezes conseguia estudar com um estrume na cabeça e era um sujeito não muito comum, pois sabia muito de Química.
  
Carlos queria fazer um som com o Carbono, o “mpbsman” cearense, mas a guitarra do Carbono não dava afinação nem som direito, era uma guitarra preciosa, só ele tinha, todos os músicos já haviam decretado a sua extinção.

20/06/2011

Fim da turnê

Terminando a turnê da Zona da Mata com três shows, ontem a Once A Week se apresentou na Praça de Palmeiras em Ponte Nova. Por sorte, grande parte das nossas famílias moram em Ponte Nova e não trabalham sábado à tarde, deixando a rua lotada.

O ponto alto do show foi logo na primeira música, quando tivemos a brilhante idéia de fazer só a introdução de uma música que os nossos fãs sempre pedem pelo twitter oficial e em seguida entrar na segunda música. Acontece que esse em seguida durou mais de 30 segundos, tempo bastante para passarmos de receptivos a escrotos. Nada que impedisse a aclamação final.

Os outros shows do festival também foram bons. Novamente a galera que acredita que o metal vai vencer (mesmo que não haja qualquer disputa) estava presente, se misturando e trocando suor com os viciados de crack e os doidos de rua. Aproveitei este ambiente propício, meu tino comerciante e a minha fama adquirida para vender algumas edições da Revista Quase.

Finalmente o dia foi embora deixando um delicioso gostinho de quero-mais.


       O público apaixonado até subiu nas grades.

15/06/2011

Natural

Prosseguindo com a falta de estilo próprio já evidenciada, segue esta poesia do início de 2007:




NATURAL

                                   Eu quero o amor da maçã
                                             Samba estático jamais
                                   Eu quero a rua florida      
                                             Ida, vinda não
                                   Eu quero o prazer do perfume
                                             Úmido, seco não

Que penso e assim sofro,
que sofro e assim existo,
que existo e assim vou,
que vou e assim volto.

Elejo a maçã, formato-coração,
Corôo as flores, a paixão,
Vou e volto, e assim razão,
Sinto o perfume, chá são,
Regue, que não morro sertão.

10/06/2011

Ir andando




Melhor do que pegar carona é quem diz que não gosta de pegar carona.

Assim como existem pessoas que tomam refrigerante light, pessoas que vão à festa só pra dançar e pessoas que comem rúcula, também existem as pessoas que preferem ir andando. Não contentes em andar, elas ainda gostam de dizer que gostam de andar e costumam fazer cara azeda para quem pede carona. Incansavelmente repetem para você ir andando, “preguiçoso”.

Parece que pedir carona é pedir dinheiro, bêbado na madrugada, pra comprar pão.

Por fortuna do destino, essas pessoas não estão restritas ao passeio. Às vezes elas estão dirigindo carros e quando passam por você fazem a velha cara de desprezo para a sua suposta preguiça, como se gostassem tanto de andar uns 2km que compraram um carro. E essa cara não tem nada a ver com apenas gostar de negar um favor.

Cercado por essas pessoas, fico refletindo antes de dormir, vai ver elas têm algo de santo. Aquela história de conseguir evitar o prazer carnal.
     

06/06/2011

De Ponte Nova para o mundo

Ontem foi o segundo show da Once A Week. Tocamos por cerca de 1 hora e a platéia nos ovacionou com meia dúzia de palmas. Vai ver a gente não usava preto. Vai ver o repertório era simples demais. Vai ver as músicas são muito velhas. Ou vai ver a gente é uma merda mesmo.

No entanto, a Once A Week saiu de Ponte Nova, galgou ares universitários e alcançou um público altamente qualificado, de alto nível intelectual e formador de opinião! Coisas que só Viçosa, cidade educadora, é capaz de proporcionar. Querendo ou não, fazemos parte agora de um seleto grupo de artistas e agitadores culturais.

Também tocamos “Forgiveness” e empurramos a sua falta de maturidade contida na letra goela abaixo dos presentes. Pois imaturos que devemos ser, falando mal sempre pelas costas, perdoando só de vez em quando e descarregando frustrações em qualquer pessoa.

Dessa vez segue a letra por Dudu, vulgo biteloko. Tentem imaginar como ela ficaria em português. É a razão de cantarmos em inglês:


FORGIVENESS

I felt this!
Is what he says
I want it’s gonna be me
      
Low life!
It’s killing me
keeping myself alone
         
You are right, You are tide
You can trust no forgiveness
         
Start to coming down
And it’s coming back again
I feel alone and I really know
You try to use me (no)

You are right, You are tide
You can trust no forgiveness
You are a looser, You are myself
I’m alone inside my head
You are right, you put me down
I can’t trust you lie to m
           
You trust in my forgiveness!