Como a falta de conteúdo digno está evidente, resolvi apresentar para vocês a história de "Jo El Carlos". Ela é de autoria do pintor, escritor, músico, artista multifacetado, meu complexado tio, futuro pai e dono do penteado mais bonito da cidade, Tininho. Ele me passou esse texto no ano passado e achei bacana. A ambientação da história é legal e tem se mostrado um lugar-comum nos Mendes. Segue o primeiro capítulo:
Atualização: Estou apagando os outros capítulos da história do Jo El Carlos, que floodou um pouco. Se você por acaso, num momento de insanidade, desolação e solidão, ler a história, entre em contato comigo que eu envio.
Atualização: Estou apagando os outros capítulos da história do Jo El Carlos, que floodou um pouco. Se você por acaso, num momento de insanidade, desolação e solidão, ler a história, entre em contato comigo que eu envio.
Cap. 1
Largou a sua família, o México e sua banda. Desceu a América atrás de outra vida.
Achou o Brasil. Sorriu para os trombadinhas no Rio de Janeiro e foi assaltado por eles, mas ainda sobrou dinheiro suficiente para Carlos chegar a Cristal Vânia, cidade das Minas Gerais.
Ele queria estudar, por isso estava nesta cidade, onde havia uma grande universidade. Fez cursinho pré-vestibular. No teste psicológico deu Comunicação Social. Não acreditou no teste e enfrentou o vestibular. Passou para Química. Levou trote, comemorou, encheu a cara de cerveja junto com os amigos gringos e brasileiros até desmaiar. Era o bode após o podium.
Carlos queria alojamento na universidade, mas não conseguiu. Teve que continuar em sua república, apesar da grana estar ruim. Solicitou à universidade bolsa de alimentação. Não conseguiu. Ele comia no refeitório da universidade, mas estava enjoado do mesmo cardápio e então resolveu comer na pensão da Dona Fifi. A comida era boa, apenas havia excesso de tempero e de insetos no prato, às vezes até um lagartixa vinha de graça. Mas Carlos perdeu a graça um dia e apelou, aloprou, jogou o prato na parede e sumiu. A baiana Fifi nunca mais quis vê-lo em seu restaurante, colocou até segurança na porta do local.
Conseguiu um emprego na biblioteca da universidade e em troca recebia bolsa de alimentação. Carlos era um cara muito desligado; como um bom calouro, entregava os livros errados para os estudantes. Pouco tempo depois foi mandado embora.
A saudade bateu e ele escrevia uma carta por dia para os seus pais. Fumava estrume junto com o Laricão no Recanto, para esquecer os micos que pagou.
O Laricão era uma pessoa que às vezes conseguia estudar com um estrume na cabeça e era um sujeito não muito comum, pois sabia muito de Química.
Carlos queria fazer um som com o Carbono, o “mpbsman” cearense, mas a guitarra do Carbono não dava afinação nem som direito, era uma guitarra preciosa, só ele tinha, todos os músicos já haviam decretado a sua extinção.
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