23/12/2011

Sobre

Na última semana, fui convidado a apresentar meu blog na Folha de Ponte Nova, através de uma coluna de Arte & Cultura, mais especificamente falando de cybercultura (seja lá o que isso quer dizer). O texto saiu cortado mas aqui segue a íntegra:

"A inspiração principal para manter um espaço na Internet é o grande André Luís, que provou que depois do Rei Reinaldo, ainda é possível ser pontenovense e famoso nacionalmente, crucificando-se e estampando reportagens que vão desde o polêmico Código Florestal, passando por Realengo, escândalos de corrupção, até o caso Nardoni.

O dinheiro é a segunda motivação. Por ironia do destino, um dia acabei esbarrando com o dono da Internet no camarim de um show da Once a weeK e ele ofereceu um contrato milionário – não para a banda, é claro. Assim surgiu o Eu Nunca Acho, com textos do meu caderno de alfabetização e outros guardados em bloquinhos de papel e guardanapos.
 
Nele, eu só publico o que Jeová permite, desde poesias mais bobas até textos mais sérios como a Coluna do Monte Medeiros que um mensageiro me entrega. Tudo isso numa periodicidade rigorosíssima. Tudo isso disponível para você."



           

03/11/2011

Humildade e Disciplina

  


             Sempre que estiver numa situação de disputa, mesmo que numa aula de natação recreativa com crianças de 8 anos, deseje boa sorte a todos, com a sinceridade do vencedor. O chão é o limite.
       

22/10/2011

ASMA e o IV Festival de Bandas da Nico Lopes

Ou tinham muitas vagas, ou a Zona da Mata mineira está sem bandas, ou as que existem não se inscreveram, ou a organização gostou dos nossos rostinhos, ou... isso não importa. Na vida não vale a pena ficar revirando o passado, se perguntando porque você bebeu demais e vomitou naquele casamento, porque escolheu esse emprego ou porque entrou neste blog desesperadamente na última madrugada.




O importante é que a Once A Week foi selecionada para o IV Festival de Bandas da Nico Lopes, tipo aqueles festivais de auditório que revelavam mestres da MPB, mas sem a ditadura e o Chacrinha. Mandamos as músicas 'Forgiveness', que já coloquei a letra aqui, e 'ASMA', motivo pelo qual estou aqui com todos vocês neste sábado maravilhoso. A letra não é de minha autoria também, mas já temos algumas músicas para mexer em breve.


ASMA

No lights, No time, What the fuck you think you are
Bring on, Play on, Your words made me blind

Asma Inside me

Breath in, breath out, I don't know how
Switch on, Turn on, Bring back me Now

Suffocate

I have to see inside of me fuckin' deep
I have to break the rules

Breath in, breath out, I don't know how
Switch on, Turn on, Bring back me Now

I can't breathe

I have to see inside of me fuckin' deep
I have to break the rules
           

20/10/2011

Conselhos corporativos

É, vamos tirar as teias daqui, não que eu me incomode com isso ou que alguém vá perceber a ausência delas. Enfim, escrevi esse texto para homenagear os heróicos coxinhas corporativos que encontro pela vida, que dariam a sua vida pela empresa.




CONSELHOS CORPORATIVOS

Saia da sua zona de conforto - ninguém gosta disso de verdade.
Inove sempre – seu paradigma é quebrar paradigmas.
Foco no cliente - não pense por si mesmo.
Pratique a melhoria contínua – nunca se satisfaça.
Seja um líder - ultrapasse a imperfeição humana.
Tenha visão holística – evite o óbvio.
Envolva pessoas – espalhe esta sabedoria (mas não muito, pois é o seu diferencial)


Tá bom, eu só queria mesmo tirar as teias daqui.

21/09/2011

4º Concurso Viçosense de Literatura da Editora UFV

"Prezado(a) autor(a),
 
Informo-lhe que no dia 25 de novembro, sexta-feira, às 19h, no Auditório do Departamento de Engenharia Florestal da UFV, acontecerá a cerimônia de premiação e entrega dos certificados aos classificados no 4º Concurso Viçosense de Literatura da Editora UFV."

Quero ver todo mundo lá com a mãozinha pra cima! Super-vanguardista não ganhar o prêmio mas ter a glória de ser publicado num livro que ninguém vai ler. Super charme.

Assim, vou postar de novo o poema culpado:


AUTO-RETRATO

Tremo na cara da dúvida
vomito quando falta controle
desisto enquanto estou tentando
tento quando já desisti.

Engasgo quando mastigo
coloco meus pés nas minhas mãos,
meus olhos, deixo no chinelo,
meu estômago é no lado esquerdo do peito.

Acordo no meio da noite
costumo ficar sem leito,
a La golpe-fantasma,
encolho sem travesseiro.

Me aproximo indiretamente
maquino encontro casual
esperneio pra vir pro meu lado
derrota sem ir pro final.

Engravido antes das beiras
e pairo na falta de métrica.

Pelo menos também tenho sonhos,
desmancháveis nos sonhos alheios
me expresso tossindo seco
vítima corpo-a-corpo
confesso sem (nenhum) receio.

Assim, eis meu retrato:
meu quase-sorriso metálico
meu corpo esquelético
meu rosto cheio de pêlo
minha testa sem cabelo.



31/08/2011

Coluna do Monte Medeiros

Estava eu andando pela Praça de Palmeiras quando olho para o chão e reconheço um jornalzinho com duas figuras na mesma página: Pedro Bial, apresentador global, e João do Monte Medeiros, fundador da nossa querida Ponte Nova.

Assim, não demorei muito para disponibilizar na íntegra tão sábias palavras:




Também conto com a sua colaboração!
  

17/08/2011

Meio, princípio, fim

Queridíssimos 4 leitores, sei que não sentiram minha falta. A minha falta de conteúdo vinha sendo salva pela história que peguei emprestada do meu tio. Ela, composta de 25 partes, encheu o saco por aqui já que ninguém mais quer ler algo com 25 partes. Mas isso não é motivo para sentir falta do que escrevo, eu sei. O seu vazio existencial ou a sua falta do que fazer pode ser sempre superada com o site Pudim, A Fazenda passando na Rede Record, o uso de drogas ilícitas ou aplicativos no Facebook que geram frases de alguém famoso.
            

Esse é o Paulo. Ele é leitor assíduo deste blog.

   
Caso já tenha navegado bastente no site Pudim, A Fazenda ainda não tenha começado, o seu amigo combinou e furou ou alguém tenha hackeado seu Facebook, aqui vai mais uma coisa que escrevi. Tava com a ideia desde um bom tempo mas não terminava:


 MEIO, PRINCÍPIO, FIM


Princípio, meio ou fim?

Princípios que vêm do berço
princípios que vêm do meio
princípios que ignoram meio
princípios que não chegam ao fim,
princípios sem pé nem cabeça.

Princípios engatinhando,
fins engatilhados.

Meios cheios de princípios,
meios sem qualquer princípio,
meios sem fim.
Fins que atropelam princípios,
meios condenados ao fim?

Princípios que edificam,
princípios que cristalizam,
princípios que não se justificam.
Princípios-prisão,
fins-perdição.

Princípios transparentes como vidro,
princípios quebrados como vidro.

Meios afins.
Meios aos fins.
Meio errado,
Meio certo.

Fins que estão próximos
fins que enchem barriga
fins que reforçam o caminho.
Fins que justificam meios
Fim do túnel
ou fim da linha?

Fim finito.
Princípios infinitos.

Princípio, meio ou fim?
      
   

  

05/08/2011

Jo El Carlos - 25/25

Atualização: Texto retirado para evitar spoilers. Não entendeu o post? Se coçando? Leia aqui.

_____________


Aqui termina a apocalíptica história do nosso sagaz herói. Quem gostou, gostou, quem não gostou fique aguardando o bip que estamos transferindo a sua ligação para o setor responsável. Você pode estar anotando o número do protocolo? Você também pode estar comentando aqui embaixo que meu digníssimo tio, o autor da história, espera comentários todo dia antes de durmir.

18/07/2011

Ruídos do Piranga

Interrompemos a nossa programação com a história de maior Ibope do blog para comentar sobre o show do Once a weeK de sábado. 

O Ruídos do Piranga foi o palco da vez. Com esse nome arrojado e que dá um tapa na cara da burguesia pontenovense, o evento permitiu a entrada de menores de 10 anos, a socialização e os beijos roubados de adolescentes, a presença demonstrando a camaradagem de todos os amigo da banda e, principalmente, o reencontro de L. F. S. com o mundo mágico do heavy metal. Também tinha uma barraquinha com cd's independentes, camisas independentes e a independente Revista Quase #12. Antes que me esqueça, a discotecagem também era de artistas independentes.

O som não tava muito bom mas parece que o pessoal gostou, com direito a participação do público em umas duas músicas, mesmo estando o vocal inaudível. Vale também lembrar que o novo e virtuoso guitarrista-solo, Flávio DeBritto, foi apresentado para Ponte Nova, quiçá planeta Terra, e para quem mais quiser saber! Agora assumo o posto de quinto nome da banda, mas posso errar sem ser percebido.


DeBritto e suas veias que são cordas de guitarra


Mudando de assunto, porque será que ninguém lê a história de Jo El Carlos? Será que o trocadilho não funcionou? Será que enchi o saco com propaganda e o texto não correspondeu? Ou foi só a parte de encher o saco mesmo? Será que é porque tem que ler muito? Ou será que ninguém gosta dessas histórias de estudantes? Será que é porque são 25 partes? Ou será que essa crônica do meu tio é uma merda mesmo? Fica aí a dúvida que vai lhes artomentar antes de durmir, caros 3 leitores.
     

03/07/2011

Blá blá blá




Durmo e acordo num mundo cheio de Caios Fernando de Abreu. De repente, todos os conflitos, romances, vícios em crack, indecisões, abortos, e outros sentimentos normais são expressados pelo trio mágico: Caio Fernando de Abreu, ou C.F.A. para todos os íntimos, Clarice Lispector, a musa do clichê, e Fernando Pessoa. Este último bem que tentou usar a tática de vários heterônimos para ver se escapava dessa, mas não teve jeito e até ganhou citações que não escreveu nessa maravilhosa rede mundial de computadores.

Incrível também é a capacidade que as pessoas têm em expressar e compartilhar os seus sentimentos através de Raul Seixas. O amigo bêbado do Paulo Coelho (se o Daniel Furlan me permite a definição) foi capaz de criar hinos que marcam gerações e conversam com a liberdade, o amor, o cecê, a procrastinação e a influência da literatura iluminista nos tempos modernos. “Mosca na Sopa”, “Carimbador Maluco” e “Gitã” são unânimes.


 


Renato Russo corre por fora. Dentro de cada um de nós existe um Santo Cristo. Basta alguém começar a música com um violão que todas as pessoas no ambiente cantam com as sobrancelhas franzidas. Todas elas se identificam com o drama de inadequação social, bandidagem e Winchester 22 e gostam da música de verdade – não venha com essa de que é apenas o tabu de decorar a letra de uma música com mais de 5 minutos.

Balão Mágico é a cereja deste bolo de mensagens sublimes. Adorada por marombados grupos de carnaval, “Super Fantástico” faz com que cada pessoa da minha geração ou mais nova voltasse à infância que não viveu, e aí cabe a elegantíssima Clarice Lispector: “É estranho sentir saudade de algo o qual mal vivi ou evitava viver."
      

27/06/2011

Jo El Carlos - 1/25

Como a falta de conteúdo digno está evidente, resolvi apresentar para vocês a história de "Jo El Carlos". Ela é de autoria do pintor, escritor, músico, artista multifacetado, meu complexado tio, futuro pai e dono do penteado mais bonito da cidade, Tininho. Ele me passou esse texto no ano passado e achei bacana. A ambientação da história é legal e tem se mostrado um lugar-comum nos Mendes. Segue o primeiro capítulo:

Atualização: Estou apagando os outros capítulos da história do Jo El Carlos, que floodou um pouco. Se você por acaso, num momento de insanidade, desolação e solidão, ler a história, entre em contato comigo que eu envio.


Cap. 1

Largou a sua família, o México e sua banda. Desceu a América atrás de outra vida.

Achou o Brasil. Sorriu para os trombadinhas no Rio de Janeiro e foi assaltado por eles, mas ainda sobrou dinheiro suficiente para Carlos chegar a Cristal Vânia, cidade das Minas Gerais.

Ele queria estudar, por isso estava nesta cidade, onde havia uma grande universidade. Fez cursinho pré-vestibular. No teste psicológico deu Comunicação Social. Não acreditou no teste e enfrentou o vestibular. Passou para Química. Levou trote, comemorou, encheu a cara de cerveja junto com os amigos gringos e brasileiros até  desmaiar. Era o bode após o podium.
  
Carlos queria alojamento na universidade, mas não conseguiu. Teve que continuar em sua república, apesar da grana estar ruim. Solicitou à universidade bolsa de alimentação. Não conseguiu. Ele comia no refeitório da universidade, mas estava enjoado do mesmo cardápio e então resolveu comer na pensão da Dona Fifi. A comida era boa, apenas havia excesso de tempero e de insetos no prato, às vezes até um lagartixa vinha de graça. Mas Carlos perdeu a graça um dia e apelou, aloprou, jogou o prato na parede e sumiu. A baiana Fifi nunca mais quis vê-lo em seu restaurante, colocou até segurança na porta do local.
    
Conseguiu um emprego na biblioteca da universidade e em troca recebia bolsa de alimentação. Carlos era um cara muito desligado; como um bom calouro, entregava os livros errados para os estudantes. Pouco tempo depois foi mandado embora.
   
A saudade bateu e ele escrevia uma carta por dia para os seus pais. Fumava estrume junto com o Laricão no Recanto, para esquecer os micos que pagou.
  
O Laricão era uma pessoa que às vezes conseguia estudar com um estrume na cabeça e era um sujeito não muito comum, pois sabia muito de Química.
  
Carlos queria fazer um som com o Carbono, o “mpbsman” cearense, mas a guitarra do Carbono não dava afinação nem som direito, era uma guitarra preciosa, só ele tinha, todos os músicos já haviam decretado a sua extinção.

20/06/2011

Fim da turnê

Terminando a turnê da Zona da Mata com três shows, ontem a Once A Week se apresentou na Praça de Palmeiras em Ponte Nova. Por sorte, grande parte das nossas famílias moram em Ponte Nova e não trabalham sábado à tarde, deixando a rua lotada.

O ponto alto do show foi logo na primeira música, quando tivemos a brilhante idéia de fazer só a introdução de uma música que os nossos fãs sempre pedem pelo twitter oficial e em seguida entrar na segunda música. Acontece que esse em seguida durou mais de 30 segundos, tempo bastante para passarmos de receptivos a escrotos. Nada que impedisse a aclamação final.

Os outros shows do festival também foram bons. Novamente a galera que acredita que o metal vai vencer (mesmo que não haja qualquer disputa) estava presente, se misturando e trocando suor com os viciados de crack e os doidos de rua. Aproveitei este ambiente propício, meu tino comerciante e a minha fama adquirida para vender algumas edições da Revista Quase.

Finalmente o dia foi embora deixando um delicioso gostinho de quero-mais.


       O público apaixonado até subiu nas grades.

15/06/2011

Natural

Prosseguindo com a falta de estilo próprio já evidenciada, segue esta poesia do início de 2007:




NATURAL

                                   Eu quero o amor da maçã
                                             Samba estático jamais
                                   Eu quero a rua florida      
                                             Ida, vinda não
                                   Eu quero o prazer do perfume
                                             Úmido, seco não

Que penso e assim sofro,
que sofro e assim existo,
que existo e assim vou,
que vou e assim volto.

Elejo a maçã, formato-coração,
Corôo as flores, a paixão,
Vou e volto, e assim razão,
Sinto o perfume, chá são,
Regue, que não morro sertão.

10/06/2011

Ir andando




Melhor do que pegar carona é quem diz que não gosta de pegar carona.

Assim como existem pessoas que tomam refrigerante light, pessoas que vão à festa só pra dançar e pessoas que comem rúcula, também existem as pessoas que preferem ir andando. Não contentes em andar, elas ainda gostam de dizer que gostam de andar e costumam fazer cara azeda para quem pede carona. Incansavelmente repetem para você ir andando, “preguiçoso”.

Parece que pedir carona é pedir dinheiro, bêbado na madrugada, pra comprar pão.

Por fortuna do destino, essas pessoas não estão restritas ao passeio. Às vezes elas estão dirigindo carros e quando passam por você fazem a velha cara de desprezo para a sua suposta preguiça, como se gostassem tanto de andar uns 2km que compraram um carro. E essa cara não tem nada a ver com apenas gostar de negar um favor.

Cercado por essas pessoas, fico refletindo antes de dormir, vai ver elas têm algo de santo. Aquela história de conseguir evitar o prazer carnal.
     

06/06/2011

De Ponte Nova para o mundo

Ontem foi o segundo show da Once A Week. Tocamos por cerca de 1 hora e a platéia nos ovacionou com meia dúzia de palmas. Vai ver a gente não usava preto. Vai ver o repertório era simples demais. Vai ver as músicas são muito velhas. Ou vai ver a gente é uma merda mesmo.

No entanto, a Once A Week saiu de Ponte Nova, galgou ares universitários e alcançou um público altamente qualificado, de alto nível intelectual e formador de opinião! Coisas que só Viçosa, cidade educadora, é capaz de proporcionar. Querendo ou não, fazemos parte agora de um seleto grupo de artistas e agitadores culturais.

Também tocamos “Forgiveness” e empurramos a sua falta de maturidade contida na letra goela abaixo dos presentes. Pois imaturos que devemos ser, falando mal sempre pelas costas, perdoando só de vez em quando e descarregando frustrações em qualquer pessoa.

Dessa vez segue a letra por Dudu, vulgo biteloko. Tentem imaginar como ela ficaria em português. É a razão de cantarmos em inglês:


FORGIVENESS

I felt this!
Is what he says
I want it’s gonna be me
      
Low life!
It’s killing me
keeping myself alone
         
You are right, You are tide
You can trust no forgiveness
         
Start to coming down
And it’s coming back again
I feel alone and I really know
You try to use me (no)

You are right, You are tide
You can trust no forgiveness
You are a looser, You are myself
I’m alone inside my head
You are right, you put me down
I can’t trust you lie to m
           
You trust in my forgiveness!
 

31/05/2011

Metafísica incidental

Essa poesia foi capaz de me render 3 recados na rede de relacionamentos do orkut e, segundo constava neles, fama numa pequena cidade do interior do Paraná. 

Nem preciso observar que a fama numa pequena cidade do interior do Paraná é na verdade comentários num grupo de poucas adolescentes gordas e sem vida social de uma pequena cidade do interior do Paraná. Como ela é de abril de 2007, hoje as adolescentes gordas e sem vida social já devem ser adultas gordas e sem vida social.
     



METAFÍSICA INCIDENTAL

Invejo-me: não sou o que não devia ser.
Invejo-te: não me és!
Inveja doentia, inveja de impotência, inveja perseverante, inveja renitente.
Verme que me come as estranhas entranhas.

E que essência tem as lembranças senão atrapalhar!
Se boas, deixam saudade; se ruins, despertam vingança...
vingança do destino, vontade ao irrealizável, auto-vingança.

É incrível com a pior das dores não é a pior dor
(e lastimável como o maior dos amores não é o maior amor).
Sementes da infelicidade! Sonhamos além da conta,
Confrontamos valores, mudamos as formas, cores e voltamos às dores!

Então chego à praça e vejo a esquina.
Quanta gente na praça!
Talvez por isso ir à praça é melhor
e talvez por isso a esquina me seduz...

Vivemos equilibrando-nos entre a condição racional e o instinto
até que percebemos que o mundo é feito de sensações (e não pensamentos).
Pois não há técnica que substitua a criatividade,
Não há razão que substitua o amor,
Não há futuro que substitua o presente,
E a melhor metafísica é não haver metafísica nenhuma.

E nesta indisposição pós-sono tropeçamos nos “ses”,
o incerto à si, o incesto e a cisma, o incenso e o surto, o inerte...

Condiciono-me racional racionalmente até atingir o natural não naturalmente.
Pensar para não pensar e assim não haver pesar,
cargas ou descargas da consciência.
Subconsciência sã, ciência insana, consciência paranóica.

Idealizo, então, a inveja da vingança...
                

26/05/2011

Metas!




Eu odeio traçar grandes objetivos. Metas, prazos, planos. Alguém pode até achar que exista um objetivo que mereça esse costume azedo, que ponha fim à longa jornada do autoconhecimento ou que dê sentido absoluto para a vida. Mas, eu nunca acho.

Me contento em resmungar e colocar defeito nas pessoas cheias de planos. Fico aguardando a hora em que vão ver que os objetivos perderam a graça e que eu estava certo. Como uma inteligência superior e idosa que sempre fala pra você não beber com os amigos e aproveitar a vida porque você vai acabar pegando um resfriado. 

Não que eu seja vida loka, carpe diem ou algum hippie bêbado enchendo o saco. As vezes é só preguiça mesmo, junto à crença de que o sentido das coisas está no caminho e não no fim, sendo subjetivo e coisa de viado. 
     

22/05/2011

Diferenças

Bom, não contente com várias poesias imaturas, fui ainda mais além e cheguei ao fundo do poço. Fiz uma poesia concreta. Afinal, nada como levantar da cama e aproveitar a estética ex-vanguardista do pós-modernismo para fazer uma reflexão interiorana e paradoxal sobre o modo de produção atual cinzento-sem-coração que transforma as pessoas em zumbis e cria uma sociedade onde a máxima "Compro, logo existo" é colocada no pedestal. Viva a sociedade alternativa! Viva Che Guevara! Vivam os militantes estudantis que não conhecem higiene pessoal! Eu também vou reclamar!
    
     
Diferenças
   
         
                                  

19/05/2011

Confissão

Você se convenceu de que em 2007 eu era pior? Não? Então veja essa do fim de 2006, onde também já apresentava falta de tino para a coisa:




CONFISSÃO

Não sou ídolo de ninguém,
Não sou fã de nada.
Sou apenas ídolo meu,
fã de mim mesmo.
Não sou nada.

Tudo é relativo,
nada é relatado,
rentável, reto, rateado.

Nem sei se peco,
Se o que ouço é eco,
Eco-fachada.
Sou um eco,
não sou nada

Bêbados já não são escória,
no cachorro já encontro memória.
Envergonho-me com o dom da oratória
na metade de minha história.

E eu que me preocupara com o joelho ralado,
eu que me preocupei sendo apaixonado,
eu que me preocupo com o futuro escancarado,
Relativamente me relaciono,
sou a corda entrelaçada
sou a embalagem lacrada
sou a sirene desligada
Não sou nada.
       

17/05/2011

Primeira vez

Sábado, a Once A Week estreiou para o sucesso! Nada como um público gigante de gente que veste preto e não passa desodorante para abraçar as melodias imaturas e chicletes da banda, desta vez marcadas pela minha falta de habilidade musical. Foi a minha primeira vez no palco, não que tenha tido um palco. Pelo menos dessa vez, ao contrário de após todos os ensaios, não fomos criticados por não cantar em português e não valorizar a língua nativa desse Brasil varonil.

Vale destacar o ponto alto do show, quando tocamos a música de autoria do baterista Dudu, vulgo ddz, e as 10 pessoas não-desmaiadas que estavam no local sabiam cantar a letra. A música é da primeira formação da banda (que não me inclui certamente, graças às linhas tortas escritas por Deus-todo-poderoso) e já tem mais de 10 anos.


Once A Week @ Tio Patinhas

14/05/2011

Paixão

Se vocês acham que hoje em dia escrevo mal, imagine em novembro de 2007, há 4 anos atrás:




Paixão
    
Teu afeto é fato, é feto.
Feto do meu afeto,
do meu amor que veto,
meu possível teto, meu possível feto.

Afetou-me, infestou-me,
Uma festa farta:
fita, fita, fica,
Não te afastes ou nefasta!

Pelo caminho querendo ninho e carinho,
Pela manhã desejando o amanhã,
Pelo saída lembrando a ida.

O doce e o amargo do vinho,
O isolamento e o conforto da lã,
A felicidade e a tristeza da vida.
       

10/05/2011

Leiauti

Acabo de estreiar o novo layout do blog! Mas podem ficar tranquilos, caros leitores, continuo seguidor da modinha lo-fi.

A foto é obra do galã geek luso-brasileiro e monstro sagrado da fotografia viçosense, Felipe Torres. Ele provou que por trás desse seu glamour existe um olhar sensível e um coraçãozinho cariodoso com as pessoas sem capacidade intelectual para colocar uma figura no header, mais conhecido como cabeçalho. Atualmente, ele ocupa a posição de meu veterano e um espaço de grande visibilidade nesse renomado blog. Boa noite, amiguinhos-de-redes-sociais!
   

09/05/2011

colorindo

Esse já tem um tempo, quase ou mais de um ano:




colorindo

pra nós sermos
melhores amigos
falta uma foto,
um verso,
e uma declaração.
ou não:
ficar como amigo,
quero não!
       

06/05/2011

Auto-retrato

Nada como sexta-feira à noite para postar alguma coisa. Ainda mais depois de sentir na pele a mazela social de superlotação de um ônibus intermunicipal, onde os passageiros são obrigados a ficarem em pé e com a possibilidade de movimento apenas na respiração.

O resultado do concurso da Editora UFV saiu e eu ganhei o prêmio de consolação. Meu poema foi classificado mas não ficou entre os três primeiros. Isso demonstra que tenho futuro no ramo, pois além de mostrar que sou ainda mais vanguardista que a banca de professores vanguardistas da UFV ao não ter sido valorizado, este resultado também confirma que pelo menos sei formar frases com sentido e seguindo uma linha de raciocínio, ao contrário dos demais concorrentes que sequer foram classificados. 

Segue o poema que me proporcionou o baixo prazer de se sentir superior, misturado com a frustração de não ter ganhado o dinheiro fácil que sustenta artistas frustrados. Afinal, a minha verdadeira intenção era o dinheiro.




 AUTO-RETRATO

Tremo na cara da dúvida
vomito quando falta controle
desisto enquanto estou tentando
tento quando já desisti.

Engasgo quando mastigo
coloco meus pés nas minhas mãos,
meus olhos, deixo no chinelo,
meu estômago é no lado esquerdo do peito.

Acordo no meio da noite
costumo ficar sem leito,
a La golpe-fantasma,
encolho sem travesseiro.

Me aproximo indiretamente
maquino encontro casual
esperneio pra vir pro meu lado
derrota sem ir pro final.

Engravido antes das beiras
e pairo na falta de métrica.

Pelo menos também tenho sonhos,
desmancháveis nos sonhos alheios
me expresso tossindo seco
vítima corpo-a-corpo
confesso sem (nenhum) receio.

Assim, eis meu retrato:
meu quase-sorriso metálico
meu corpo esquelético
meu rosto cheio de pêlo
minha testa sem cabelo.
      

04/05/2011

Bolo e Circo

Postando novamente um texto antigo, segue a minha homenagem à bela cidade de Ponte Nova e à sua inovadora administração, que manteve por dois anos uma chicane num município do interior de Minas Gerais. Nada como um texto político para afastar leitores e amigos na cidade natal.



Hoje tem palhaçada?
Tem, sim senhor!
É o velho aniversário de Ponte Velha
Nossa (sic) de cada dia...
Então vamos comemorar!
E o que que vai ter de presente?
O governo está dando bolo!
O bolo da defesa do interesse público sobre o privado (um oferecimento da Novelis, entre outros),
O bolo da negociação com os servidores,
O bolo das obras de recuperação da enchente passada (esse está assando há mais de um ano!),
O bolo das festas para todos, condicionadas a valor de entrada,
O bolo da manutenção das ruas e avenidas,
O bolo da cultura, esporte e lazer (bolo homeopático),
O bolo da fiscalização da ocupação de logradouros,
E o bolo do meio ambiente, da poda de árvores e do matagal!
Corram e aproveitem!
Esses bolos sim são “Para Todos”!

02/05/2011

Metáforas

   
Como meus sábios 3 leitores podem perceber, utilizei metáforas nas poesias dos últimos dois posts. Justifico: metáforas são ótimas formas de expressão, consagradas por comparar a pessoa que se quer comer a um meteoro da paixão e a vida a uma infinita highway. 

Além disso, podemos também comprovar a tendência de um mercado melhor para quem faz uso dessa figura de linguagem no nicho do dread, onde não hesita-se nunca em comparar a nossa Sociedade Capitalista-Selvagem-Compro-Logo-Existo com Império da Babilônia. Assim, metáforas bem feitas são um charme.


 

01/05/2011

29/04/2011

Controle

Escrevi esta poesia há algumas semanas. Demorei pra achar a forma final dela.



CONTROLE

Quem não consegue tampar o nariz
pra chegar ao fundo da piscina?
Quem não agüenta cinco segundos sem respirar
quando assusta com um encontro?
Quem não consegue reprimir o soluço
pra que ele não volte?
Ou quem não consegue prender a respiração
diante do mau hálito alheio?
Experimente piscina sem superfície.
Experimente trombar com assombração.
Experimente espasmos crônicos.
Ou experimente uma pestilência sem fim.
Experimente não ter solução.
Controle é como oxigênio.

27/04/2011

Eu nunca acho

Faz um tempo que vinha pensando num espaço para publicar alguns textos meus. E desde esse mesmo instante, tentei diversas vezes batizar o blog. Nenhuma que mereça atenção. Pelo menos deu tempo pra pensar nesses versos, de onde resolvi tirar o nome:




Isso sempre passa.
Isso nunca acaba.
Eu sempre procuro.
Eu nunca acho.
Tenho certeza.


25/04/2011

Agora sou blogueiro e ninguém vai me segurar

Oi, meu nome é Artur Mendes e moro em Viçosa e em Ponte Nova. Me rendi à febre dos blogs após uma década. Tenho uma banda chamada Once A Week, miopia, crises de ansiedade e um ou outro valor. Agora também tenho um blog.

Tirei o aparelho dental no começo do ano, algumas músicas recentemente e o Ensino Médio no COLUNI/UFV. Não tenho tanta personalidade e há um tempo ainda me esforçava para que ela tivesse a companhia de um caráter. Pelo menos tenho alguns livros e uma coleção não mais tão coerente de cd's.

Vou me formar em Engenharia de Produção; uma tentativa frustrada de não abandonar nem as exatas nem as humanas. Graças a ela, odeio palestras sobre motivação, liderança empresarial e inovação. Costumava vomitar, hoje são apenas tonturas e falhas na memória.

Pra terminar, espero de coração que você se torne meu fã e alimente meu narcisismo com muitos comentários lindos e legais!